Paris, quinto dia

Quinto dia, domingo, resolvemos ir até o cemitério Pére Lachaise, onde estao enterrados alguns dos personagens mais importantes da nossa historia, artistas, principalmente.

Visitamos Delacroix, Kardec, Apollinaire, e achamos um absurdo as pessoas fazendo pose e sentando sobre os tumulos para tirar fotos, mas nada ia me preparar para o que vimos a seguir.
um dos túmulos que eu mais queria visitar era o do Oscar Wilde, meu escritor favorito. Ao chegar lá, me deparei com um tumulo todo rabiscado, desenhado e com marcas de batom, como se fossem beijos. Achei aquilo o cúmulo da falta de respeito, e entao, o Stefan percebe uma plaquinha na parte de baixo. Adivinhe o que estava escrito? "Este tumulo é tombado como patrimonio cultural da humanidade, qualquer tipo de violacao ou vandalismo é crime" (em frances e ingles) e mesmo assim havia um bando de meninas lá, rabiscando... Duvido que alguma delas alguma vez tenha lido alguma coisa dele, ou até mesmo saiba quem foi. Saí de lá extremamente decepcionada e triste.

Mas seguimos a visita, vimos também os túmulos de Edith Piaf, Modigliani, Sarah Bernhardt, Bécaud, La fontaine e Moliére (protegidos por cercas, ainda bem), Ingres e Chopin. Vistos todos, fomos para o que mais esperavamos encontrar, Jim Morrison, mas com uma sensacao horrivel na garganta, com medo de encontrar algo como encontramos em Wilde. Haviam vários jovens, e o tumulo era bem escondido entre os varios outros (o cemiterio é bem cheio e confuso), muito simpes e cercado por grades. Haviam algumas coisas jogadas sobre ele, como flores, cigarros, uma mochila e alguns papéis. Lá havia um guardinha, pois creio que devem acontecer coisas meio bizarras por lá às vezes, mas estava tudo tranquilo... Esperava um pouco mais, mas creio que é melhor assim, do que ter pessoas lambuzando o seu tumulo e fazendo comentarios do tipo "He was a faggy".

Depois fomos ver a Ópera de Paris Garnier, de longe o lugar mais bonito que visitamos (nao entramos em Versailles, depois explico direito). Extremamente luxuosa e de muito bom gosto. Lá dentro havia uma especie de pequeno museu, com fotos de bailarinas, pinturas, alguns vestidos e maquetes de cenários. Muito legal.

Depois fomos até a La Madeleine, mas estava fechado, e o predio eh feioso por fora. Resolvemos, entao, procurar a Estátua da Liberdade, que os Estados Unidos deram para a Franca como agradecimento pela estátua verdadeira, em NY.

Andamos um bocado, mas achamos:


E de quebra, quase assistimos o Tour de France, que passaria na rua que margeia o Sena (a estatua fica numa especie de ilha no rio), mas estavamos muito cansados e fomos para o hotel.

Mais à noitinha fomos jantar na Rue Mouffetard (aliás, jantamos la quase todos os dias) que era pertinho do hotel onde ficamos, e onde há muitos barzinhos, restaurantes e lojinhas. Como era domingo, muita coisa estava fechada...